14/11/2022 às 22:23

O Poder da Imagem A fotografia como memória da sua vida e das pessoas que nos amam

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Em 2015 durante uma viagem para São Tomé das Letras, realizei muitos registros com minha câmera. Fotógrafos tem dessas. A gente leva mesmo, não adianta mimimi e cara feia...rsrsrs.


Eu queria muito nesse passeio registrar os moradores de lá, mostrar um pouco do seu dia-a-dia, rotinas do cotidiano, desde uma vendedora em uma padaria a uma senhorinha linda na janela de sua casa. Tudo passa muito rápido em frente aos nossos olhos.


Ah, e teve muitos doguinhos fofos também. Quem já foi pra lá, sabe que a cidade tem vários deles. Todos chorões, com aquelas carinhas bem treinadas para pedir sempre um pedacinho aos turistas. Eles são ótimos nisso. Sempre ganham um mimo.


Registrei pontos turísticos, por-do-sol mágico, viajantes, moradores, eu e minha ex-namorada. Acho que tinham mais fotos da cidade do que nossa pra ser sincero...rsrsrs.


Esses dias publiquei em um Grupo Oficial da Cidade de São Tomé das Letras a imagem de uma senhora fofinha na janela de sua casa. Eu a vi, fiz alguns cliques sem ela notar e depois, disse pra ela dar um sorrisão bem gostoso. E ela me presenteou com vários deles. Soltei o dedo, foi uma delícia. Agradeci e segui meu caminho.

Para minha surpresa e também tristeza, o que me marcou foram justamente os comentários de que ela tinha partido há alguns meses. Seus familiares então começaram a me enviar mensagens pois gostariam de ter uma última foto dela que representasse como ela era, gentil, simpática e amável. Assim que pude encaminhei ao seu sobrinho e também para uma de suas netas.


A publicação até o momento tem recebido muitas mensagens de saudades e também dizendo que o meu retrato da Dna Aparecida representava o que ela era e como ela era. No ato da foto, eu fui eu. Fui lá, brinquei e roubei alguns sorrisos como sempre gosto de fazer em todos os meus trabalhos.


E essas imagens agora não tem preço, mas valor pelo o que elas significam, pelo o que elas representam. Acredito muito que no mundo fluído que vivemos, desconsideramos e ignoramos nosso hoje, nosso cotidiano. Mas a morte é um dos poucos motivos, na minha opinião, que nos fazem olhar para nossas imagens "bobas, sem graça, tremidas, desfocadas, sob um outro ponto de vista. Quando só temos elas para lembram de alguém que amamos o sentido muda totalmente.

A fotografia enquanto memória afetiva de alguém, entra na história da sua vida e das pessoas que a amam. Acho que é por isso que eu sempre recomendo às minhas clientes que também tenham cópias reais, físicas das imagens.


Um dia todos nós seremos apenas lembranças e saudades.


Viva intensamente, ame, celebre e sim, REGISTRE, FOTOGRAFE, FOTOGRAFE-SE !


Quando não mais habitarmos o plano físico, nossas fotos serão a única coisa REAL que poderemos pegar, sentir, tocar e olhar.


Futuramente levarei para eles em uma próxima viagem, um ou mais porta retratos para seus familiares. Como ouvi de um de seus parentes, meu registro foi um dos últimos que pode expressar o jeitinho dela. Na hora a gente não imagina o poder daquilo que criamos.


Mas um dia de alguma forma, tudo aquilo que vivemos e como vivemos, serão contados em um grande livro das nossas memórias. Seja ele em um albinho, livro ou nas paredes de nossas casas.

Até um dia querida Dna. Aparecida.

14 Nov 2022

O Poder da Imagem A fotografia como memória da sua vida e das pessoas que nos amam

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